quinta-feira, 15 de junho de 2017

cá comigo: é mesmo

hoje eu vi um dos meus ídolos no jornalismo, pertinho de mim, como gente que é, como as que ela gosta tanto de falar. 

ou melhor, ídola, porque de masculino ela não tem nada, é perfeita demais pra isso. 

daí ela falou um monte. que inclusive a gente parece que ofende as pessoas quando faz texto grande. e eu fiquei cá comigo: é mesmo. 

consegui um autógrafo, um sorriso, e um aperto de mãos. sem falar nas fotos, que já estão no Instagram. 

perdi a hora e quase viro asfalto na Washington Soares. um senhorzinho, sem dentes e sem pretensões, me falou que meu ônibus não passava mais "a essa hora". 

um casal, simpático e cansado, me abençoou e me deixou com deus quando eu fui a única pessoa a ficar na parada. "a gente vai chegar só pra dormir, acordar de novo e voltar pro trabalho. mas o próximo ônibus é o teu, fé!", disseram correndo pro António Bezerra-papicu. 

quis chorar, mas minhas lágrimas não se mostram tão rápido. me desesperei pros amigos no WhatsApp e depois percebi: pede logo um uber e guarda esse celular. 

foi o que eu fiz. ele chegou em 3 minutos e deu um boa noite brasiliense, me contou que prefere Fortaleza à cidade planejada e que tá querendo formar uma família, mas a namorada tava com raiva.
dei graças a Deus por estar ouvindo os sonhos de um migrante, ao invés de os gritos da minha mãe pelo celular (que ainda não tinha tocado). 

cheguei e tô fazendo miojo. e esse texto. porque a Eliane Brum disse que escrever não tinha que ser muito, nem pouco, tinha que ser o possível. 

e olha que ela nem respondeu à minha pergunta, mesmo lida pelo mediador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário