domingo, 30 de novembro de 2014

À sombra da cultura


Estudar cultura não é tarefa das mais simples. Já estudei cultura num semestre da faculdade e, claramente não sou nenhum expert no assunto, tenho em mãos só um protótipo de ser. E protótipo, a gente sabe, uma hora ou outra deixa de ser e, ou vira meta de vida, ou cai por terra. Mas a gente sempre leva uma coisinha ou outra das disciplinas (quando leva). Eu, no caso, trouxe dessa uma informação que de muito me valeu: a cultura é múltipla, e não se fala em cultura no singular, mas no plural. Foi o que me bastou pra começar a olhar, ali na sala de aula mesmo, para a cara de alguns colegas, que insistem em se achar superiores aos outros ao se discutir gosto musical, cinema, TV (ops! “Eu lá assisto TV!”), etc.


Não que eu já não queimasse a mão defendendo a veracidade dessa informação antes da cadeira na facul, mas com a teoria, com o mergulho no conhecimento, a certeza é maior. Tem dias que a gente se sente tão cheio de saber na universidade, isso é prazeroso, isso é o que ainda salva. Aliás, isso e observar as expressões desconfiadas daqueles que não assistem TV. 

A priori, a vontade era imensa em dizer um “e aí, quem é o culto agora?” seguido de um hahaha delicioso. Mas isso tá errado, poxa. Como é que eu queria entender que cultura é tudo, usando da mesma ignorância disfarçada de ego inflado que tá na cara de uns e outros? Aí então, eu ia só até onde eu podia, contentando-me em desinflar esses egos, mas só entre mim e eu. Só que aí não tem graça, né? Extrapolava então nos desabafos entre amigos de fora, os que me entendem, graças a Deus.

E aí, do meu jeitinho eu tentava, e tentava, e tentava provar por a+b que não assistir TV não te faz um poço de cultura. Só que expressões matemáticas não funcionam nas humanas. Por aqui, cada um tem que refletir sobre si, levando o tempo que for para se dar conta que você pode ser fanático pelas aventuras do bruxinho de cicatriz na testa, mas que isso JAMAIS vai te fazer melhor que ninguém.

Certa vez, numa atividade dinâmica da mesma disciplina, fomos convidados a escrever no quadro uma palavra que remetesse à cultura. Difícil? Que nada, mais fácil que a discussão que se seguiria, pelo menos. E, nada surpreendente, o primeiro termo foi o som de preto, de favelado, que quando toca ninguém fica parado. O funk arrancou algumas risadas de muita gente que, acredito, tenha sido obrigada a rever seus conceitos sobre o estilo musical, que retrata tanta vida e história quanto qualquer outro. 

“Ah, mas funk não é bom...”. Sim, meus caros, essa é OUTRA discussão, e, a menos que você seja musicista, nem se meta nela. Agora, desmerecer o ritmo e achar que quaisquer outros merecem mais respeito é inteligível (mas menos que inteligível que se sentir mestre em música porque você escuta aquelas bandinhas zzzz que ninguém sabe de onde vêm).

O buraco é BEM MAIS embaixo quando se fala de cultura, esse é o ponto. Deve-se ter a mente muito aberta e compreender o que “plural” quer dizer. Eu tenho a minha cultura, você tem a sua. Em muitos momentos elas se batem, olha que legal, é aí que mora a sua riqueza. Sim, somos todos ricos e sempre saberemos algo que o outro não sabe, reconhecendo mesmo assim que não sabemos de nada.

E... viva a CULTURA (a minha e a sua).




quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Palavras que envolvem - ou uma coleção delas

De jornalismo profissional todo mundo precisa. De jornalismo de qualidade todo mundo necessita. A gente sabe como é bom dar aquele suspiro depois daquele texto. E, aqui no Ceará, temos sim algumas pérolas dessa arte. Uma delas chama-se Ana Mary C. Cavalcante, atualmente repórter especial do jornal O Povo. Quase completando a maioridade na casa, não são poucas as histórias que merecem partilha. Só que, como quem acompanha sabe, cada dia na #vidadejornalista traz uma intensidade própria que dá uma certeza: ainda há muito o que viver - e contar. Reuni aqui, 10 das melhores reflexões, indagações e até mesmo respostas super convincentes sobre a vida que eu quero ter. A Ana disse que já me considera até colega de profissão (não é uma fofa?).
Então, vamos nós.


Dá uma olhada na primeira imagem, que traz uma definição de qualquer um de nós num dia desses... 


...E na próxima, o pulsar do jornalismo em seus dezembros emblemáticos...


 ...e nesse olhar sobre os fazeres...


...e nessas situações de pautas quentinhas.


A reflexão é livre.



A próxima não vem com a certeza que todo mundo insiste em ter?


E esse porquê, algum aspirante a jornalista nunca buscou?

 E desse dia, os futuros bibliotecários lembram bem...
 É, pois é. Já foram as 10 que eu citei no início do post, mas olha com carinho a próxima. É mais que um show de ética em três linhas, é um exemplo de humanidade.
 É isso. A Ana tá todo dia correndo lá pela redação, e eu admirando nas páginas impressas, no digital e no facebook. Eu aconselho a todos, fazerem o mesmo. Vale a pena observar a quantas anda a vida dessa profissional que parece ter saído do título Austiniano, unindo a razão que é a chave da imprensa e a sensibilidade do jornalista que é você, que sou eu. Salvo a paráfrase, Abraços daqui,




segunda-feira, 3 de novembro de 2014

verdadeiro (e amargo) misto de vergonha e angústia


O problema é que ninguém precisa maltratar nenhum de meus bens. O problema é que, por mais que a algo eu atribua essa culpa, ela sempre será minha. O problema é esse, a culpa sempre é minha. O problema é a minha dificuldade em criar problema. Mas o maior problema é achar que eu quero uma solução, quando, no fundo, o que eu quero é mais problema. Eu saio por aí, caçando matos sem cachorro onde eu possa caber. Fuçando as piores situações onde eu possa me adequar. Procurando as mais variadas presepadas onde eu seja a vítima. E pior ainda, é quando eu não consigo ser a a vítima, transferindo esse protagonismo para outrém. Não há saída, no final, eu ainda vou estar me sentindo péssimo. Eu ainda vou passar a pedir desculpas e a morrer de vergonha por ter metido a mim e a quem quer que seja nos vexames da minha vida. Meu Deus, quem quer que seja você, eu estou tão perdido. Eu não sei para onde correr, para quem correr, a quem me desculpar ou a quem agradecer. Em que lugar ficar ou permanecer, por muito, muito tempo. Eu, mais uma vez, tentei ser um B de algum A, por aí, tão perdido quanto eu. Só que, como sempre, não formamos um C. Um C que é fundamental para a felicidade. A felicidade que eu acho que eu quero. Que eu acho que conheço. Não deu certo. Como de costume. E a angústia vem me fazer companhia mais uma vez, como se já fizesse parte de um ciclo. Da minha história. Escrevo agora porque não me resta mais nada. A não ser a certeza de quem o amanhã vai me trazer uma nova procura insistente na tentativa de quebrar a cara mais outras zilhões de vezes. Parece até que nem dói mais. Insisto, insisto mesmo, sem razão ou causa nenhuma. E o peso de tanta vergonha me enche. Além de uma dúvida iminente de não saber até onde aguentar. Até onde levar. E é mais ou menos assim, entre palavras e sentimentos de tanto desgosto, estou eu. Eu e a vontade de aprender a ser só pra me acostumar logo.

sábado, 13 de setembro de 2014

de biênio em biênio


De junho passado ninguém esquece. Nossas ruas foram empossadas, milhões tomaram coragem de gritar. Do lado de cá, os jovens falaram alto, escancararam o tamanho descontentamento com a política atual. Exigiram tudo o que tinham direito, mas em melhores condições. Não era só sobre R$0,20. A massa indignada mostrou a que veio. Do lado de lá, no conforto de seus escritórios a plenos 18°C, os detentores do poder, aliados de peso da mídia vergonhosamente manipuladora, se contentaram no trabalho covarde de nomenclatura das manifestações. Difundiu-se amplamente a ideia de que ali, só tinha baderneiros, inimigos da ordem, pregadores do terror. A população que diz amém aos editoriais de direita, compraram as simbologias. Passamos a ver a evasão nos manifestos. Até mesmo pais buscando filhos em meio a “tiros, porradas e bombas” com receio da violência, não daquela vinda da polícia (de pé para proteger a burguesia no conforto das suas propriedades privadas), que em atos devidamente coreografados, tentavam calar as milhões de vozes. A violência temida pelo pai, era a moral. “O que, afinal, procurava seu filho naquela baderna?”
O cenário mudou, os atores não. A menos de um mês, escolheremos aqueles candidatos que melhor venderem seu peixe – ou que fizerem isso “menos pior”. Excluindo-se alguns candidatos (que a gente mal vê no horário eleitoral e em debates), não são eles, agora, a badernar por esse país inteiro? Quem grita agora? Quem clama por atenção? Quem torna nossas ruas imundas com tanta divulgação supérflua? (essa última indagação, não é uma comparação com 2013). Ao chegar em casa e abrir os correiros, o que enche nossas mãos, a não ser papéis e números? O que mais nos polui sonoramente nesse período, a não ser os paredões de som propagando versões ridículas de músicas populares? O que mais nos seduz maliciosamente, a não ser as acusações baixas de candidato X a candidato Y? (Essa situação vai se abranger nos próximos dias). É só a mim que tudo isso chateia? Tudo bem, sendo assim, fica aqui o desabafo e o desejo: escolham bem, coloquem lá em cima o que mais nos representar, ou seja, pense no plural. Mas primeiro responda: “O que realmente queremos?”. E segundo, lembrem-se: Há mais alternativas a clamar por um voto que os entrevistados pelo jornal nacional.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Se é que dá pra resistir

Num dia desses que parecia apenas mais um, não esperava muito. Estava frio, e sentiu um arrepio repentino. Seguido de uma mãozinha no ombro e um "Não está atrasado?". O semblante mudou, era mesmo um trabalho árduo tentar convencer-se de que aquele era só mais um colega de campus. Pior ainda era convencer o outro (ou os outros). E dedicava boa parte do dia a esconder as feições excitadas, a substituí-las por outras mais comuns, que não chamassem tanto a atenção dos amigos, sempre tão atentos as relações alheias. Lembrou que tinha uma resposta pendente:
- Ainda tenho quinze minutos - afirmou sem consultar o relógio. Nem mesmo tinha um. 
- Eu diria que você tem quinze minutos - replicou o outro.
- Ora, faz-se um filho em menos tempo! 
Era apenas o início de mais um diálogo bobo e que não chegaria a lugar nenhum. Mas que, de uma certa forma, aumentaria a vontade incontrolável de dar/pedir/até mesmo roubar um abraço do outro. Percebia então que havia muito tempo não o faziam. Este seria um abraço que se recusaria a sair de sua mente. Ficaria ali, juntinho das melhores recordações de uma vida sem muitas emoções. Era como se as armazenasse em algum lugar, aquele lugar que se refugiava em todas as noites angustiantes. Enfim, o abraço não aconteceu.
Zilhões de coisas passavam por sua cabeça, e tinha a esperança de que uma delas servisse, coubesse no momento. Do turbilhão de pensamentos, saiu:
- Tens aulas de quem hoje? 
- De ninguém. Estamos liberados de uma delas para um seminário da próxima semana, e a outra, você sabe aquele professor que está hospitalizado... então, era dele - criou mais dúvidas o outro
Refletiu sobre o porquê de alguém aparecer na universidade quando não se tem o que fazer por lá. Atribuía a isso o fato de o outro amar aquele lugar. Não era como sua segunda casa, era mesmo a primeira.
- Se fosses um aluno exemplar ficaria em casa preparando o tal seminário, ou lendo o texto que, provavelmente, o enfermo recomendou - atacou conseguindo ser o mais irritante possível. E ao se entregar a um sorriso sem igual, o outro contra-atacou:
- Ha ha ha ha. Você não sabe de nada. Texto? Isso não me pertence mais.
Sentou-se no banco mais próximo à sua sala e esperaria dez, quinze minutos pela primeira aula. Já nem lembrava mais o que estudara, apreciando aquele olhar cativante do outro (que teimava segui-lo). Preocupava-se com a escâncara do sentimento. 
- Vou até a biblioteca me distrair um pouco. Tenha uma boa aula - disse o outro, não pegando no ar o convite desesperado para sentar-se ao seu lado. 
Achava, às vezes, que o outro lhe fugia das mãos, que preferia andar por aí, a procura de nada. Encontrou coragem em algum lugar e, por fim, alertou:
- Obrigado. Me procure ao fim desta aula. Quero te contar uma coisa.
Despediram friamente, como dois conhecidos (até parece que eram mais do que isso). Foi à aula. Não absolveu uma palavra sequer que o professor pronunciara. E durante todo o resto do martírio que era aquela disciplina, permanecera perguntando-se que merda havia feito. Talvez não quisesse outra vida...

domingo, 8 de junho de 2014

Ganhar ou perder?


Veio em consequência não sei de quê. Foi aumentando e se espalhando. A lá uma metástase. Me tirou o sono, a vontade de correr. Interrompeu tantos sorrisos, tantas vivências. Nasceu nem sei quando. E fui amamentando ao ver o seu desenvolvimento. Cresceu e me surpreendeu. Percebi, é claro, que tratava-se de mais uma procura por feridas. Sou especialista. Era então, de uma imensidade que só se podia suportar, entender era sonho. Quase explode dentro de mim. O cheiro de um alguém soava como gasolina, no fogo que em meu interior se espalhava. Abarrotava-se a ponto de ser impossível um ser humano tão sensível quanto eu, aguentar. Como previsto, não suportei. Disse ao alguém sobre tudo. O último alguém da lista. Não que existisse uma lista. Nem a probabilidade de confiar o segredo. Por que jogar no ventilador o que, há alguns meses, mesmo o espelho desconhecia? Nem sei. Mas de uma hora pra outra senti a necessidade. Dessas que batem e você sabe que vai dar merda. E deu. Mas pelo menos, agora não resta a menor dúvida. Entre declarações de amor; “trocaria qualquer desses por você”; “vivo pelo teu sorriso”; “que não mude nada entre nós”, o mais (ou único) ouvido foi o pedido derradeiro. Ouviu sim. E fez o contrário. Me mostrou uma indiferença tremenda. Eu, feliz por não ter que dividir aquilo só comigo. Fudido por não ter deixado só entre mim e eu. Disse. Falei mesmo. Entreguei. Soltei. Abri. Dividi. Compartilhei. Foi junto com a história, um estoque de lágrimas que lavaram a alma. Dessas, do outro lado da cidade o alguém não teve conhecimento. Foi o que faltou pra me levar a sério, ou me ceder de uma vez o atestado de inconsequente. Mas deixei uma delas cair em plena carta de amor. Manchei a esperança de tristeza. Um sinal? Talvez. Mas não sairia dessa puta situação se não fossem as palavras. Só resta saber se estas me salvaram, ou me deixaram fadado a ser alvo de medo desse alguém. O medo de ser amado, cuidado, querido. Basta dizer que não compreendo? Não muda nada, a aceitação vai ter que vir. De certa forma paguei pra ver e estou sentindo. Na pele. Queimando e deixando em carne viva aquelas feridas que achei, e magoei. Caju, meu querido caju, me convenceu a ganhar ou perder sem engano. Acredito que perdi. Azar no jogo do amor. Sorte em não ter mais engano. E o sono voltou...

domingo, 13 de abril de 2014

O assassino que tu és

Quando me perguntam onde está o meu amor, não tem como não lembrar da cena. Não existe palavra para definir o quão difícil foi ver você baleando aquele sentimento tão puro. Vi você atirando em mim. Mas fui percebendo aos poucos, sentindo aos poucos. E cada 'não' seu, perfurava mais um pouco o meu peito. Até que um dia, não houve como resistir mais. Caí. Eu que tanto sonhei em cair unicamente em seus braços, acabei deslizando na desilusão, me afogando no mar da solidão, passando pro time dos piores da matéria "amor". Nota dez? Só em desperdício. Mas o que resta? Esgotou-se a fonte? Há ainda vontade, tesão? Sim, te respondo que sim. Dançei com a tristeza durante muito tempo, até a própria dizer que aquele não era eu. Hoje, querendo ou não, continuo a procura. Sem saber quando, como ou onde. Mas procurando... O assassino que tu és tentou acabar com meu romantismo, indo contra todo o afeto que, dentro de mim, teimava em transbordar. Sua violência foi base para a bula que construí. Isso quer dizer que estou muito bem remediado agora. E ao invés de me remoer por tudo isso, prefiro me entupir de amor próprio, abusando de confiança, sem se importar com a dose. Se o seu veneno não me matou, posso acreditar que sou mais forte do que um dia imaginei. O que eu perdi sem você? Ainda nem sei se perdi algo... Dja e Marisa me arrancaram muitas lágrimas, porém me mostraram que sempre existe esperança. O tic-tac do relógio me desperta dessa mesa de bar, alertando que tenho pouco a esperar e muito a viver. Alguém, em algum lugar do tempo, está disposto a salvar o lado bom de mim que fiz questão de tentar preservar. Meu bem, o nosso "já era" é insignificante. Sou bem mais que tudo o que você pensa que me tornei. Tudo O.K, é hora da saideira, e de continuar buscando...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O gosto da infância

Esse é um dos que dificilmente sairão da minha zona de lembrança. Com uma boa frequência, me vem em mente aquela angústia de ser despertado às cinco da manhã por uma mulher que aumentava os gritos a cada minuto que eu insistia em permanecer deitado. Que gosto inigualável tinha aqueles dez minutinhos a mais que minha mãe me dava para ficar na cama. Esse, sempre em contraste com o gosto do banho gelado obrigatório, para um "despertar" que parece não ter chegado até hoje. Na verdade, acredito que a medida em que se intensificavam meus passos, na tentativa de não encontrar os portões do colégio fechados, é que eu acordava de verdade. Quantos passos dei, fosse com chuva ou sol (nunca consegui detectar o pior)... Esse deve ser o preço a se pagar por morar perto da escola. Foi o caminho feito durante onze anos. Soma-se a tudo, aquela bolacha de maizena com café (vício até o dia presente), que faziam o papel de primeira refeição do dia. Todas essas sensações me fazem voltar no tempo por segundos amáveis e indispensáveis. Talvez não seja preciso uma máquina para tal. Não abro mão de saudar esses doces momentos sempre que possível. Não sei se só eu. E você, o que me diz, qual o gosto da sua infância?

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

"Oh! Me desculpe, sou bipolar..."

O mundo está cada vez mais maluco. Isto é um fato! E escrevo "maluco" no bom sentido - sim, ele existe. Vivemos numa correria típica do século atual. Por muitas vezes nossos pés não conseguem acompanhar a rotina que o cotidiano nos impõe. Resultado? A era dos consultórios de psicologia lotados; das frustrações; dos transtornos. Um desses é o TBH (Transtorno Bipolar de Humor), um problema maníaco-depressivo, que se serve como desculpa para muitos cagões por aí. Praticamente qualquer um hoje em dia sofre disso. Ora, altos e baixos, variações no humor todos temos. Felicidade e tristeza se entrelaçam a todo momento e é impossível uma singularidade de qualquer uma. Acordem! Bipolaridade atinge - em seus pontos mais rígidos - 1% da população brasileira. Os portadores vivem num verdadeiro inferno, os familiares e próximos idem. A probabilidade de suicídio é bem maior para estes indivíduos, e estudos apontam que os mesmos podem perder até 9 e 14 anos de vida e produtividade, respectivamente. Você certamente já ouviu alguém se dizer bipolar, e agora está transbordando de pêsames por fulano. Mas, será que tudo não passa de falta de coragem para encarar um tal problema com algo ou alguém? Para assumir os momentos depressivos e pessimistas, os erros cometidos? Sim, tudo foge à vontade de encarar o auto-conhecimento e de combater os pontos fracos. Se tornou mais fofinho e prático dizer "Me desculpe, sou bipolar". Acrescente também uma dose de desejo de ser a vítima e está pronto aquele que vai agir sem nenhuma temperança e se explicar da maneira mais covarde possível. Um possível bipolar pede ajuda. Ou uma certa distância.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Quero sim

2014
Novo ano
Vida nova
Novos anseios
Espero mesmo
Que sejam novos
Espero mesmo
Que sejam menos
Impossíveis
Desta vez
Repitindo
Pra me convencer
Não quero
Não quero
Não quero
Não quero
Não quero
Não quero
Não quero
Não quero
Não quero
Não quero
Não quero
Não quero
Sim
Eu quero
Eu ainda
Quero
...

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Pela décima quarta vez

O BBB vem aí e o facebook, twitter, etc. vão se dividir em dois (chatíssimos) grupos: os que curtem o reality e acham que ganham ao relatar cena por cena do programa, e os que não curtem e vão passar os três primeiros meses do ano reclamando dos primeiros. Desejar melhoras aos dois grupos não seria suficiente, então, desejo que os primeiros entendam que se alguém quiser saber da próxima prova do líder ou dos próximos emparedados, basta ligar a TV - todo mundo sabe onde e a que horas. Desejo ainda mais, que os segundos respeitem a escolha de seus colegas. Afinal, rede social é isso: aguentar e respeitar. Se está difícil, bloquear ou excluir quem se deve não custa muito. E saibam que tão irritantes quanto os primeiros, são vocês, revoltados com os milhões sintonizados no canal 10. Até parece que ninguém tem um programa de TV favorito... No mais, às Valdirenes e aos revoltadinhos de plantão, um bom BBB 14 pra todos, telespectadores ou não.