quinta-feira, 15 de junho de 2017

Ivinho

hoje eu fiz seleção para um projeto da UFC. Me perguntaram quais são os meus defeitos e qualidades. Foi difícil responder. Agora, se me indagassem sobre quais são as minhas saudades, eu não saberia nem por onde começar.
mas talvez eu optaria em começar por uma saudade do começo. de lá atrás, quando eu era um pivete que vivia falando "mãe, me dá $0.10?"
daí eu continuaria até chegar na parte onde eu chegava da escola, comia direto da colher que vinha da mão da minha mãe, e passava a tarde dormindo antes de fazer a tarefa.
eu só me preocupava com o que ia acontecer no capítulo do dia da malhação. eu não tinha cansaço. físico, nem mental. sabia nem o que era isso.
depois eu chegaria nuns tais dias de 2015, mesmo pulando muito tempo. mesmo que a vida peça mais atenção sobre o que nela se passou.
mas é que nesse ano, especificamente, eu dividi minha história com um amigo que fazia com que eu me compreendesse melhor do que quando eu uso as palavras.
ele tinha a mania de furar com a gente. furar, do verbo marcar e não ir. ele também fazia era muita raiva, porque é taurino ferrenho. mas o que ele fazia de melhor, e é disso que eu não esqueço, era me fazer rir.
ah, mas a gente ria. a gente mangava do sol ou da chuva. não tinha tempo ruim. eu, que passava na época por momentos amorosos nada moles, agradecia todo dia ao universo por me dar o presente que era me encontrar sempre com ele.
éramos bolsistas na mesma divisão, e sofríamos juntos com os horários apertados e com as ordens da chefe da nossa chefe.
sabíamos, como se fosse parte de nós, o roteiro inteiro de tantos vídeos da internet. né, Miriam Sousa da conceição?
e 2015 passou. ou voou. e eu voei com ele, fui experimentar o que era realizar um sonho. só que pra isso, me desliguei de gente especial pra mim, e eu sou de mal com a vida um pouquinho por isso.
mas hoje, quando eu não respondi sobre saudade, hoje um ser humano aleatório riu ao meu lado, na hora do almoço, e me lembrou a risada desse amigo.
é uma risada contida, meio sonsa, como quem tá abafando uma gargalhada porque tem feijão no dente.
aí eu lembrei também da gargalhada. e das gargalhadas. no plural. principalmente as que soltávamos em plena treze de maio com os buchos cheios de milshake.
seu cão, eu não te dei permissão pra sumir desse jeito. me liga, me manda um telegrama. fala pra mim que tu tá feliz e me conta sobre o motivo dessa alegria. porque não, eu nunca te vi triste.
e tu é tão foda de um jeito que passava essa boa energia só com o bom dia atrasado.
dizer que sinto a tua falta é bem pouco, ao contrário dos memes que a gente criava, que eram tantos. nossa comunicação era quase que 100% interna.
volta pra minha vida, que esse mês tem maloca e o de 2015 a gente curtiu juntinho, lembra?
eu amo você e te ver sorrir, o que não acontece há tanto tempo.
bem que eu poderia ter dito na seleção que um dos meus defeitos era falar demais (ou sentir demais, mas aí já num sei se é defeito)...

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