quinta-feira, 15 de junho de 2017

a gentalha

eu enchi um copo de iorgute (ou iogurte?) com cereal e com muita vontade. na barriga e no olho. 
foi tão voraz que caiu uma bolinha do nescau cereal no chão. meu ímpeto de humano egoísta quis apanhar antes que meu quarto fosse invadido por formigas. 

mas eu não apanhei, me ocupei melhor pensando: o quão superiores nós - ainda - achamos que somos? 

por que é que uma simples formiga não pode dividir um piso de cerâmica comigo? tudo bem que até a temida barata perde pra esse inseto de poucos milímetros no quesito sujeira, mas o banho de meia hora do qual eu saí me faz mais limpo? porque não tem como limpar a cabeça, nem passar um sabonete líquido nos neurônios, nem eliminar as energias de um dia cansativo como se fossem bactérias que eu trouxe da rua. 

a gente é sujo. sujo e egoísta. a gente é a mistura da sujeira do chaves com o egoísmo do quico.
(e as pobres das formigas não têm porque serem a gentalha).

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