quinta-feira, 15 de junho de 2017

de todo, e não de um pedaço

hoje eu fiz uma coisa - todo me tremendo - e recebi em troca a reação que eu mais temia, justamente porque eu passei um tempo temendo. e não há tempo que seja pra temer, eu acho.

aí eu fiquei o resto do dia inteirinho pensando "puta merda, eu me ferrei!", não conseguindo pensar em outra coisa e pensando "droga, me lasquei", não conseguindo focar em outra coisa e.

bem depois de um tempo, matutando comigo, imaginando as piores situações que agir como eu agi poderia ter me levado, eu concluí: eu fiz assim porque quis fazer bem feito, porque não sabia qual seria a melhor fórmula, como se a vida fosse um enigma da matemática.

eu fiz assim porque eu não fiz racionalmente, na hora em que bateu a vontade. eu fiz assim porque idealizei, sei lá, porque assim ninguém teria problema. é que eu penso muito no Outro, e por pensar muito no Outro, eu penso muito, e aí parece que eu penso muito em mim.

o Outro é o único que merece início com letra maiúscula nesse texto, que é pra gramaticalmente eu mostrar a importância que dou a ele.

(é que por outros métodos me parece sempre tão difícil mostrar qualquer coisa).

se eu tiver errado, foi um erro premeditado direto do lado esquerdo do peito, que quer mandar em tudo que eu penso, em tudo que eu faço. foi mal. foi mal de todo, e não de um pedaço, coração.

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