quinta-feira, 15 de junho de 2017

se acabar de tristeza por aí

ontem na disciplina de jornal impresso o professor falou que no lead - primeiro parágrafo da notícia, não se usa porquês. acho que é assim no jornalismo e na vida. e cheguei a essa conclusão pensando no tanto de coisa que eu já tive, e que inexplicavelmente, não tenho mais.

nm sei se "ter" é o melhor verbo a se usar aqui, já que escrevo também sobre pessoas. a gente vive conquistando alegrias, e parece que perde outras, simultaneamente.

voltando pra casa pensava concentrado, na famigerada janela do ônibus, em dois dos meus melhores amigos, que não me procuram mais. eu não sei mais tanto de suas vidas, não os ouço há um bom tempo, porque eles não mais falam.

o celular, que tocava no aleatório, me obrigou a ouvir "Grand'Hotel", do Kid Abelha. a canção, que fala de desentendimento, traz um trecho que me pesou um monte: "qual o segredo da felicidade, será preciso ficar só pra se viver?".

só não chorei por ter me segurado ao máximo, não queria um mico perante umas dezenas de olhares desconhecidos. não sei se sou uma péssima companhia, às vezes penso que não. mas curiosamente foi essa a conclusão a que cheguei. quis chorar de novo.

(inclusive acho péssimo que hoje em dia não seja mais permitido se acabar de tristeza por aí).

no chuveiro, misturei a água caída com lágrimas e agora tento abafá-las sob o capítulo da nova série da globo. é preciso deixar os momentos ruins passarem, viver eles sim, mas deixar que fujam, que escapulam. porque eu prefiro os bons, os que me fazem lembrar de que é preciso celebrar todo dia a vitória que é continuar vivendo.

é só mais um textão insuportável de um canceriano que sente muito, mas que pelo menos sente. e que no fundo ama saber que escolheu o curso certo, quando nele lhe é jogada a nada leve missão de refletir.


(e psiu, vocês dois, ainda os amo, e essa é das coisas que não mudam).

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