segunda-feira, 14 de agosto de 2017

foi divino

há mais ou menos um mês eu e o samuel preparávamos nosso aniversário em conjunto. alugamos uma casa de praia em beberibe e, dias antes do evento, fomos juntos conhecer o caminho e a casa.
mas a gente foi um pouco além, conheceu também a história da dona Socorro, a dona da casa. um bebê de poucos dias pra um ano observava tudo, da maneira mais simpática possível.
esse bebê, dona Socorro tinha adotado. a instituição onde ela se inscrevera (há seis anos) tinha achado a Vitória no lixo. não sei se a neném vai saber dessa história um dia, só sei que o sorriso dela dava vida.
tal hora, tava eu com a Vitória nos braços. o samuel até fotografou, mas o registro ficou ruim. não tenho como lembrar da representação do momento, mas dele eu não esqueço.
à espera do ônibus de volta à Fortaleza, reclamei ao samuel que meus braços pesavam, dos talvez 10 minutos que eu segurara Vitória. mais ou menos um mês depois ela me veio à cabeça, só que inconscientemente.
hoje eu sonhei que deixavam, na porta do vizinho, um bebê cujo tempo de vida não podia ser medido, mas de peso igualzinho ao da Vitória.
os vizinhos fizeram vista grossa (e desumana), como se tivessem recebido um jornal que não assinavam. eu recebi o sorriso da criança e uma missão.
saí pela tarde inteira entrando em salões de beleza, mercadinhos, paradas de ônibus, abordando as pessoas e pedindo ajuda, como se eu não só pudesse voltar pra casa e publicar no "alguém conhece alguém que" soubesse como eu deveria agir.
eu não sei como eu sabia, mas a neném do sonho se chamava Maria Angélica. ela se agarrava a mim como se já me conhecesse de todo seu curto período de vida. mas aí o sonho terminou.
ou não, tenho pra mim. porque eu abri os olhos, desliguei o ventilador e só então percebi que meus braços sentiam o mesmo peso que eu relatei ao samuel, há mais ou menos um mês.
não durou tanto, é como se tivesse se estendido um pouco mais após o fim do sonho. eu não sei explicar. e eu não gosto de não saber explicar as coisas que acontecem em mim e comigo.
mas eu acredito no sobrenatural, em certas coisas que não se definem. não sei o que quer dizer o abraço do bebê no sonho (o qual eu senti "de cum fôça"), nem o peso nos braços de volta. só sei que foi assim. e foi divino.
há mais três coisas interessantes a serem ditas:
UM: hoje, eu e o samuel fazemos 2 anos de amizade no facebook.
DOIS: não sei se não existe coincidência, eu é que não gosto de pensar assim.
TRÊS: te amo, Samuel.

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