domingo, 24 de novembro de 2013

Sobre (o que é) verdade.

Recentemente, duas perguntas ousaram não sair da minha cabeça. A primeira veio de uma prima que estava em dúvida sobre a cor da pele de Cleópatra. A segunda, de um colega de classe, poderia servir até mesmo como resposta para a anterior: Professor, a verdade é a gente que faz?
Comecei a me indagar sobre esta boa e velha questão. A verdade é e sempre foi demasiadamente questionada. É esse questionamento que move, por exemplo, a imposição dos ateus. Se a verdade fosse uma só, se fosse independente e livre de interpretações, nunca o ser humano teria sido apresentado à arte da discussão. Para Paul Watzlawick “para que possa ocorrer a comunicação, é necessário que haja pelo menos uma outra pessoa.” Esse é o ponto. Porém, também é necessário mais de um ponto de vista. Não que seja preciso um consenso ou algo do tipo. Aliás, bem mais interessante é essa tentativa de compatibilidade ideológica, que quando alcançada, apresenta-se em um estado de tédio e chatice. Bons amigos, geralmente, concordam em uma banda comum, uma série de TV ou de livros, um ator etc. Mas é claro que sobre algum assunto, algum dia, um venha a discordar do outro. É nessa hora que entram em cena o respeito, a maturidade, a aceitação da divergência alheia. É preciso ser um tanto adulto para entender o seguinte: sim, a verdade é feita por todos e por cada um de nós. Cada uma é rica à sua maneira e merece total atenção. Portanto, ouvidos atentos e pacientes sempre! Afinal, São Sebastião (na igreja católica) é o mesmo que Oxossi (em orixá). Iemanjá é Janaína, é princesa de Aiocá. Hitler era “führer” e também um temido ditador. Entre outras verdades antônimas que nos deparamos durante a vida. A minha, a sua, a nossa verdade, não é apenas uma, e nenhuma, conseqüentemente é maior que a outra.

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